domingo, 20 de fevereiro de 2011

Big Brother: dispa-se dos preconceitos se quiser ler!

 Para quem não tem tempo de ver a vida passar e de refletir sobre ela, o Big Brother Brasil 11 (BBB) surge como uma oportunidade. "Não perdemos por espiar" a vida real que emerge metonimicamente diante dos nossos olhos, editada, parecendo uma caricatura.

Ouvimos de muitas pessoas que o BBB não é um programa a que devemos dedicar o nosso tempo. Será? O que podemos considerar como entretenimento e qual a sua  função?

Muitos acham um erro dedicar seu tempo como espectador do BBB 11. Outros assistem para ver gente bonita, intrigas e fofocas. Mas será que não podemos aproveitar um pouco mais das vidas que estão aí expostas, nos aparecendo como caricaturas, dadas as proporções que adquirem cada um de seus atos em confinamento?

É fácil intitular como um programa que não acrescenta conhecimento e cultura e justificar assim todos os tipos de preconceito e desculpas que já conhecemos sobre Big Brother. Todos tem o direito a opinião. Mas, para aqueles que assistem e se deixam envolver, temos dois caminhos: o primeiro é simplesmente nos entreter com aquelas vidas confinadas que divertem, e, o segundo, aproveitar as pessoas, as posturas e os valores que se colocam a nossa frente e pensar na nossa própria vida. Julgar não só as pessoas que lá estão como certas ou erradas, mas como indivíduos e cidadãos, simulando a complexidade das relações humanas.

Mas nesta brincadeira para adultos, nem todos, é verdade, percebemos como o homem se tem como medida de todas as coisas, sua tendência para verdades absolutas e maniqueísmo. Porém, além disso, podemos não só apontar como certo ou errado, podemos parar e pensar que posturas que reprovamos, nós mesmos adotamos, quais admiramos e quais queremos adotá-las como condutas. Quais valores tidos como "inadequados" a sociedade está incorporando e quais preconceitos está dissolvendo.
Também percebemos o quanto os fatos são complexos e enganosos e o quanto a realidade e a verdade  das coisas é inalcansável e imensa diante da mente humana, que, muitas vezes, não consegue, sequer, pensar como o outro porque se supõe como verdade.
Assim, para quem quiser, gostar, ou sentir necessidade de simplesmente pensar, espiemos aquelas vidas, com um outro olhar, mais aberto a ver as várias nuances de um objeto, para conhecê-lo melhor, ou não... Para conhecer o próprio Homem, ou a si mesmo.